Pedro chegou meio afobado com a pipoca, encobrindo os créditos iniciais por alguns segundos. Não demorou muito pra Mariana, três poltronas pra lá, falar de boca cheia “Tinha que ser doce, Pedro?”. “Ah, não enche, Mari!”.
É que eles tinham chegado meio em cima da hora da sessão das 19h55 de “Firewall” e precisavam sair a tempo de pegar a Júlia na casa do namorado antes que os pais dele voltassem de viagem. A Mari preferia ter ficado zanzando pelas lojas mas o Pedro continuava insistindo que um filminho pra passar o tempo era bem melhor que ficar vendo um monte de coisas que eles não iam comprar "anyway".
Opa! Um barulho na tela. Harrison Ford encontra o seqüestrador malvado no carro dele. O seqüestrador fala friamente: “Belos olhos tem sua filha” e em seguida mostra uma foto dela amordaçada no celular. Detalhe: ela está fazendo cara de sofrimento com os olhos cerrados! É comédia?
Nesse momento a Mari pede o refrigerante pro Pedro. “Não tinha guaraná diet então peguei normal, tá?”. “Por que não pegou Coca light então, Pedro?”. Sinceramente: isso me tocou bem mais que o seqüestro da família do Indiana.
E por aí foi. O drama do casal ao lado estava muito mais interessante e original que o roteiro desse filme dirigido por Richard Loncraine (ele não dirigiu nada importante, além de dois episódios pra TV de Band of Brothers).
“Firewall” é todo desconcertante. Clichê é o que não falta. As falas são risíveis, nada é verossímil, a melhor atuação é de um cachorro (que tem um GPS na coleira!!!) e a sensação de dinheiro jogado fora na bilheteria do cinema é constante. E o pior: o filme acabou e fiquei sem saber se a Mariana e o Pedro chegaram a tempo de salvar a Júlia dos pais do namorado que poderiam chegar a qualquer momento.
2 comentários:
quando esses galãs de hollywood ficam velhacos só dão papéis nesses filmes "B" ou "C". é que nem banda de rock, os caras nunca v~em pro Brasil, quando vêm é porque ou tão com o pé na cova ou pq viraram malas... ;)
Não vi e sempre odiei,mas amei o texto :)
valeu a dica..
bjs
Cla
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