28 janeiro 2008

[CINE] Lenda? Que lenda, meu filho?

Não adianta. Tem filme que simplesmente não vale a pena, não vale o ingresso, não vale o tempo perdido. Eu sou a Lenda é um deles.

A única coisa que me levou pro cinema foi a curiosidade por uma história que podia render sim um caldo legal. Afinal, essa é a terceira versão do livro I´m Legend (1954) pra telona (a primeira é Mortos que Matam, de 64 com Vincent Price, e a segunda é A Última Esperança sobre a Terra, de 71 com Charlton Heston).

A história de um mundo cuja população foi totalmente transformada em seres assassinos, e onde resta somente um homem não infectado, tem o poder político de um filme de zumbis e a capacidade de amedrontar de um bom filme de vampiros.

Só que Eu sou a Lenda passa longe dos dois. Aliás, só a presença de Will Smith já é sinal pra se passar longe do filme. O cara consegue transformar cenas que poderiam ser absurdamente tensas em um pastelão.

É difícil entender se Will tá com medo, tá sofrendo porque a família morreu ou se tá apenas apertado pra ir ao banheiro. Sem contar os monstrinhos de computação gráfica que mais parecem os robôs de Eu, Robô, só que com outro template.

Enfim. Não perca seu tempo.

25 janeiro 2008

[TV] Um braço a torcer

Olha, passei bem longe no cinema (beeem longe) e ignorei solenemente o DVD quando tava na na prateleira da locadora. Já falei até com orgulho que nunca tinha visto e provavelmente nunca faria o mínimo esforço pra ver.

Esse filme tem quase tudo de ruim que eu já imaginava, mas acabei de assistir pela TV e preciso admitir: mesmo assim Click também é LEGAL PACA!

24 janeiro 2008

[BLAH] Quando não c*** na entrada...

O Raios Triplos!, um dos blogs que tenho lido nas horas de "caraca-chega-de-trabalho-piii", postou anteontem uma que, não fosse o dia de cão na labuta, já teria dado a dica por aqui. Sorte que o chicote que me açoita parou pra tirar água do joelho. Hora de dar aquela atualizada relâmpago.

O lance é o seguinte: Pra parecer um pouquiiinho mais bacana que seu arquiinimigo Steve Jobs, Bill Gates juntou algumas muitas celebridades (tipo Bono Vox, Spielberg, Jay-Z...) pra fazer um video engraçadinho sobre seu último dia de trabalho na Microsoft.

Entre umas piadinhas bem constrangedoras e outras até engraçadinhas, seo Bill se vira do avesso pra mostrar uma imagem AGORA que ele nunca teve na vida. Vale muito dar uma conferida no mico cinematográfico do rapaz:



Ah, se quiser ver com legendas em português, o link é esse, mas o som tá péssimo. Opa, chicote voltando! Bora trabalhar que tô longe de fazer um video desses.

23 janeiro 2008

[NEWS] Se fué...

Eis que 23 de janeiro mal começa e pula na minha tela a notícia de que Heath-Brokeback-Coringa-Ledger, foi encontrado mortinho em seu apartamento em Nova York (que hora diziam ser da gêmea Mary-Kate Olsen, hora diziam ser dele, até que os jornais finalmente resolveram que o apê era dele mesmo, ponto).

Segundo os jornais, Heath estava cercado de pílulas e o mais provável é que tenha sido suicídio. O fato é que: Caraca, como assim um dos Bob Dylans do sensacional I´m not There e um dos caras que mais tem mostrado um talento REAL no cinema dá uma de Amy Winehouse assim e se ferra? (e ela não?!)

Enfim... Enquanto os jornais não resolvem a versão definitiva pro que aconteceu com o rapaz, juntei aqui uma lista-homenagem-in-memorian com tudo o que ele fez pra cinema e TV nestes 28 anos de vida.


21 janeiro 2008

[NEWS] Uma luz sobre o livro negro

Direto da Holanda, minha grande amiga, correspondente e Bailandesa, Clarissa Mattos, manda um post pipocando de quente:

Vivendo aqui na Holanda há um ano e meio, já vivi diversas situações inusitadas e tive várias surpresas. Ao saber da estréia de A Espiã - título ridículo em português para o Zwartboek (O Livro Negro) - tive que lembrar dessa boa surpresa que foi assistir à sua Première. Não foi a oficial, mas nem por isso menos especial. O filme foi apresentado pela primeira vez com uma audio-descrição para cegos. Ou seja, ao entrar na sala de exibição, recebemos um dispositivo com um fone, parecido com um radinho e, através dele, ouvimos a descrição do cenário, das expressões faciais e emoções dos personagens, além de tudo o que ocorre no filme entre os diálogos e que não é percebido pelas pessoas com limitações visuais.

Uma experiência e tanto. Em alguns momentos, tentei fechar os olhos e assistir o filme somente com a descrição. A sensação é de um livro em áudio e pude sentir que dá pra ter a real noção do que está acontecendo na tela. Vocês podem imaginar que para este público essa é uma chance única de ir normalmente ao cinema. No final, o produtor e o ator que emprestou a sua voz à narrativa estavam lá pra responder perguntas.

Ouvi depoimentos como: "Não vou ao cinema há 25 anos. Esta foi uma noite muito especial" ou "Esta é a primira vez que venho ao cinema e o meu marido não precisa descrever o que está acontecendo." Sem falar na platéia inusitada dos cães-guias que, com exceção de um que uma única vez expressou sua opinião durante a exibição, todos ficaram quietíssimos e concentrados.

Claro que existem melhorias a serem feitas, como as legendas, por exemplo. Neste filme, as legendas quando o alemão ou inglês eram falados não foram incluídas na audio-descrição. Também não é todo cinema que está equipado pra este tipo de exibição. Mas é um ótimo começo. Não só o DVD do Zwartboek, como outros já estão sendo lançados com essa opção.

Ah, o filme? Talvez não precisasse de duas horas e meia - não muito bem distribuidas, por sinal - mas vale o ingresso. Considero um bem produzido thriller de guerra que mostra, sem julgamentos, os sentimentos e atos - nem sempre louváveis - que surgem num momento de luta pela sobrevivência.

Mas isso, deixo para o nosso Pipoqueiro de plantão falar. Resta saber se, sem o devido título, aí no Brasil vão entender a importância do tal livro negro quando ele aparece. Não precisa ter visão de raio X para entender que o autor não escolhe um título por acaso.

16 janeiro 2008

[BLAH] Suspeitos no Cinemark

Que existe um caso sério de falsificação de carteirinhas de estudante, isso não é segredo pra ninguém. Tá assim de empresa emitindo carteirinha por aí. Só que alguns cinemas resolveram atacar, não os emissores de carteirinha falsa, mas sim seus próprios clientes. Afinal, é muito bem mais fácil atacar o elo mais fraco da corrente, né?



Dia desses, chego no Cinemark, peço minha meia entrada (com preço de tripla, outra maneira que os cinemas acharam de correr atrás do prejuizo) e apresento minha carteirinha original, emitida mediante todos os comprovantes possíveis e imagináveis da faculdade.

A mocinha da bilheteria então me lança um olhar de te-peguei-seu-safado, e com um ar de total superioridade me fala: "Ganhamos uma liminar na justiça e só aceitamos carteirinhas mediante um outro comprovante da entidade de ensino".

Ou seja, pro Cinemark, você é, antes de tudo, um salafrário até que se prove o contrário.
E o pior é que essa exigência que não resolve problema algum. É muito fácil criar um comprovante de matrícula no Word. Com certeza, aquela mocinha não vai saber distingui-lo de um real.

Uma atitude presunçosa e antipática que, tomara, continue do Cinemark. Tem de combater a máfia das carteirinhas sim, mas o buraco é mais embaixo. Partir do pressuposto que seu cliente é da pior qualidade, só mesmo uma empresa que presta um serviço idem. Pronto, falei.

15 janeiro 2008

[CINE] Merecia uma carreira melhor

Jovem de classe média-alta "entra pro mundo das drogas", vira um traficantão rico, vive dando festinhas regadas, é preso, dá a volta por cima e vive muito bem, obrigado. E? Cadê a novidade? Até Johnny Depp já fez isso em Profissão de Risco (Blow).

OK, você pode dizer que Meu nome não é Johnny (que aliás é mesmo idêntico ao do outro Johnny) é um filme baseado em fatos reais, que o cara tá vivo pra confirmar a história, que Selton Melo arrebenta na atuação... Tudo isso eu sei. E não discordo de maneira alguma que a história seja boa o suficiente pra render um filme bacana. Só é pena que a produtora/roteirista Mariza Leão o diretor Mauro Lima não tenham dado conta do recado.

A maior parte do filme gira em torno da vida desregrada do simpático bon vivant João Guilherme Estrella (Selton Melo) que começa a ganhar a vida fazendo um delivery da melhor cocaína que a noite carioca já viu. Entre atuações fraquinhas e falas-clichê, o que faz valer mesmo o ingresso são as performances de Selton Melo e dos impagáveis policiais civis (Orã Figueiredo e Flávio Bauraqui) que quase prendem João, logo no início da(s) sua(s) carreira(s).

Quando ia fazer sua maior jogada, João é pego no flagra. A história começa a ficar interessante. É quando surge a figura da juíza (Cássia Kiss), que enxerga aí algo mais do que um típico caso de tráfico internacional de drogas.

Nesse momento transborda material rico pra um excelente filme de tribunal. Mas tudo passa tão rápido quanto uma fungada. Rola até uma narração em off da juíza pra explicar a história correndo. Uma história que tinha tudo pra crescer no final se vê reduzida a pó. Uma pena.

13 janeiro 2008

[CINE] Orgulho de Reparação

O livro Reparação, (Atonement) do inglês Ian McEwan, é uma das melhores obras de ficção que já li. Resumidamente e sem entregar nada, tudo começa em um dia quente de verão de 1935, na casa de campo da aristocrática família Tallis. Uma seqüência de eventos mostra o amor entre a jovem Cecília Tallis e Robbie Turner, o filho da governanta. Porém, a mente criativa e confusamente pré-adolescente de Briony, irmã mais nova de Cecília, interpreta tudo o que vê de uma forma distorcida, e as conseqüências são catastróficas.

Deixando o enredo um pouco de lado, o que mais impressiona no livro, vencedor do Booker Prize, principal prêmio da literatura britânica, é a maneria com que McEwan conta essa história. E é aqui que uma pulga pulou atrás da minha orelha ao saber que a adaptação para o cinema seria lançada.

Como levar pra uma cena de filme o mesmo impacto que teve um parágrafo escrito tão inspiradamente? O diretor Joe Wright (de Orgulho e Preconceito) também deve ter dormido com essa pulga. E conseguiu matá-la com a mais pura genialidade.

Dos cortes secos e inesperados, um plano-seqüencia tão poético que beira o surrealismo, à trilha sonora composta por sons de máquina de escrever, Wright contou a história longe de ser simploriamente literal ao livro. Não é só a história do livro que está nos cinemas com o nome de Desejo e Reparação. Estão lá o clima, a tensão, o calor, o afobamento, a tristeza, a poesia e a loucura que se sente ao correr os olhos sobre as linhas de McEwan. E sem copiá-los ou imitá-los. Não é à toa que Ian McEwan está lá na cadeira de produtor executivo do filme dando sua bênção.

É linguagem de cinema pra cinema. E não cinema tentando imitar literatura. É aí que pecam muitos diretores que tentam reproduzir uma cópia fiel de um livro. Não dá pra comparar livro e filme, simplesmente porque cada um é um meio de se contar uma história e cada um tem sua maneira de fazê-lo. Felizmente Joe Wright sabe disso.

08 janeiro 2008

[NEWS] As últimas de Cloverfield

Quando tudo parecia tranqüilo e quase ninguém mais falava de Cloverfield, o novo filme-de-monstro-catástrofe-mistério-tipo-Lost de J.J. Abrams, eis que surgem videos ao redor do mundo falando de um possível ataque a uma estação de petróleo japonesa no Oceano Atlântico.

Ao que tudo indica, são mais ataques do mesmo (ser? monstro? ET?) que invadirá Nova York no dia 18/01, dia de estréia do filme.

Quer dar uma olhadinha? Esse aqui passou na Rússia:


Esse aqui passou na Espanha:


Aqui um dos States:


Se procurar na internet, você acha ainda muito mais.

Essa jogada de marketing lembra muito a do seriado Lost, também filhote de J.J. Entre as temporadas 2 e 3 os fãs colaram na internet em busca de pistas no jogo Lost Experience, e o mesmo acontece agora com o site http://www.find815.com/, em que fanáticos do mundo inteiro ajudam o um tal Sam Thomas, ex funcionário da Oceanic Airlines, a encontrar pistas de onde teria caído o avião que levou a galera e sua namorada pra ilha.

No Brasil Cloverfield só estréia dia 1o de Fevereiro, em pleno oba-oba do carnaval. Nada mais perfeito: você sai da tensão toda do filme direto pro batuque e pras latinhas de cerveja.