29 maio 2006

[NEWS] Eles estão chegando em bando

Depois de tanta demora pra postar, esse aqui veio cheio de gás, ou melhor, cheio de superpoderes. X-Men: O Confronto Final fica pro próximo post. Só uma dica: nem pense em sair da sala antes de terminarem os créditos finais.

Parece que o (na minha opinião, excelente) Hulk não tinha mais futuro depois de tantas críticas negativas à "bola de borracha verde", mas a seqüência já está programada pra estrear em 2008 batizada de O Incrível Hulk, como nos quadrinhos. O vilão será o Abominável, outro monstro gerado pelos raios gama. Pedimos encarecidamente aos roteiristas, nada de poodles do mal dessa vez, ok?

É impressão minha ou tá todo mundo com medo de O Motoqueiro Fantasma? Acho que vem aí mais um forte candidato ao prêmio Framboesa. Bom, pelo menos poderemos ver, pela primeira vez na história do cinema, Nicolas Cage fazendo uma cara diferente da de... Nicolas Cage. Olha só como a atuação do rapaz parece ter melhorado nesse filme.

Outro mais que esperado é o Homem-Aranha 3, com o Venom na cola. Do mesmo jeito que ficamos esperando o Peter Parker voltar a usar o uniforme no Homem-Aranha 2, todo mundo torcer pra que ele o tire no 3. Calma, quem conhece Venom dos quadrinhos sabe bem o por quê. A parte ruim disso tudo é que o filme só estréia em maio de 2007. Haja paciência...

Mas pra quem tá com pressa pra ver mais superheróis na telona, Superman - O Retorno está apitando no forno, pronto pra sair.

E pra esquentar ainda mais essa espera, o novo trailer é o melhor até agora. A qualidade da imagem que não é das melhores, mas confira você mesmo aqui.

Um novo comercial de TV também foi liberado na net e dá pra baixá-lo clicando aqui.

A estréia nos EUA é no meu aniversário, 30 de junho. No Brasil, o Super chega 14 dias depois, em 14 de julho.
Ou seja, duas semanas de festa pros vendedores de DVD pirata nas ruas.

22 maio 2006

[BLAH] X-Men, salvem-nos da Mona Lisa!

Você também já se cansou de ligar a TV, abrir o jornal, folhear revistas, passar em frente de outdoors, entrar num banheiro de boteco e dar de cara com o Tom Hanks tentando imitar a cara da Mona Lisa?

Não existe nenhuma matéria sobre O Código Da Vinci que diga algo que você já não soubesse desde 2003.
Sem contar que provavelmente você já viu Robert Langdon jogar aquele Criptex pra cima, no final do comercial de TV, muito mais vezes do que a Globo já foi capaz de reprisar Curtindo a Vida Adoidado na Sessão da Tarde.
Será que precisa mesmo disso tudo pra que milhões de pessoas que amaram o livro sejam convencidas a irem ao cinema?

O problema desses megalançamentos é a superexposição. No início dá mesmo aquela idéia de que algo grandioso e importante vem por aí, mas chega uma hora que cansa. A campanha deixa de ser imponente e passa a ser como aqueles vendedores de porta-a-porta que não desgrudam do seu pé até que você compre o que estão vendendo. Neste caso, um ingresso de cinema.

Cadê o Wolverine, a Jean Grey, o Fera, a Vampira, o professor Xavier, o Magneto? Sexta-feira estréia X-Men III: O Confronto Final, mas a cabeleira alisada de Tom Hanks anda ocultando os mutantes. OK. São duas grandes estréias com um intervalo de apenas uma semana. Pode ser que hoje comece o bombardeio X-Men na mídia e a Mona Lisa volte sorrindo pro Louvre. Dedos cruzados.

É só essa galera não começar também a dar uma de promotor da Amway pulando na minha frente onde quer que eu vá que, com certeza, sexta-feira estarei com ingresso e pipoca na mão, pronto pra ver o filme. Mas isso é porque eu estou mesmo querendo ver o X-Men, não porque tem alguém no meu pé tentando me vender algo que eu já queria ter de qualquer maneira.

18 maio 2006

[NEWS] O Código de Cannes sem mistérios

Sabe quando você recebe um presente surpresa, cheio de mistérios e, quando finalmente abre, fica decepcionado porque imaginou algo muito mais bacana?

É mais ou menos isso que deve ter acontecido com a frustrada pré-estréia de O Código da Vinci em Cannes. Quem está esperando por essa sexta-feira, 19, com o livro colado entre os braços, com certeza já leu as muitas matérias sobre a recepção constrangedora do filme em seu megalançamento na França.

Fico pensando no que pode ter dado errado. Só o livro já tem uma linguagem pra lá de cinematográfica. O elenco tem nomes que são bilheteria garantida em vários públicos como Tom Hanks, Ian McKellen e Audrey Tautou. O diretor não é qualquer um, Ron Howard, não é qualquer um (e até poderia ser). A história já foi testada e aprovada por milhões de pessoas no mundo todo. E nunca se viu tamanho estardalhaço na mídia com direito a um jogo online do Google que, com certeza, tirou muitas horas de trabalho de muita gente (minhas, por exemplo).

Talvez seja por esse exagero em se vender um peixe sem mostrar as escamas que, em cenas de suspense por exemplo, o que se ouviu do seleto grupo de convidados foram risadas e, logo depois, as mais duras e negativas críticas. Mas mesmo assim não vou deixar de conferir o Código. Li o livro em menos de 3 dias e ainda não consigo imaginar um filme tão ruim ou chato como andam pintando.

Se bem que já vi cometerem um erro assim com Harry Potter e a Pedra Filosofal, confundindo o timing de um livro de 300 páginas com o timing de um filme que deveria ter 2 horas, no máximo. Pode ser que o erro se repita em proporções maiores. Mas resta saber se os fãs dos mistérios de Dan Brown serão tão cegos quanto à qualidade de um filme quanto foram os fãs do bruxinho de J.K. Rowling, lotando as salas pra ver horas de um chatíssimo copy-paste de um livro que, como livro, é bem legal.

17 maio 2006

[NEWS] Alguns minutos pros comerciais

Enquanto as estréias mais esperadas do ano estão prontas pra sair do forno, que tal uma espiadinha na última fornada de trailers do que vem por aí?

O primeiro, claro, é o recém-lançado-e-já-exaustivamente-baixado trailer de sete minutos de "X-Men: O confronto final". Desta vez quem está na direção é Brett Ratner (Dragão Vermelho) substituindo Bryan Singer, que fez os dois primeiros. confesso que fiquei um pouco apreensivo quando soube que Singer estaria fora desse projeto, mas por estes sete minutos parece que a estréia mundial do dia 26 de maio não vai decepcionar fã algum. Veja sete minutos de X-Men.

Depois de uma gangue de mutantes, que tal um agente secreto a serviço de sua majestade? 007 - Cassino Royale tem estréia prevista no Brasil para 5 de janeiro do ano que vem. Esta é a primeira história de James Bond criada por Ian Fleming e já teve até uma adaptação para o cinema em 1967 como uma comédia a dez mãos (Leia mais aqui). Já a nova e oficial versão de Cassino Royale tem Martin Campbell na direção e marca a estréia de Daniel Craig como Bond. Só esta estréia já deu o que falar. Apesar de inglês (até agora só os canastrões Roger Moore e Thimothy Dalton foram Bonds legitimamente ingleses), Craig tem sido alvo de ataque de muitos fãs por ser louro (e de alguns por ser feio). Tire a prova vendo o trailer.

E pra fechar com um toque de saudosismo, vem aí a já datada versão cinematográfica de Miami Vice, com Colin Farrell como Sonny e Jamie Foxx como Tubbs.
Quem produz, escreve e dirige é o próprio criador da série original, Michael Mann.
Confira e o figurino de Colin e Jamie combatendo o crime.


***

Getting Lost

Alguém mais descobriu segredos no site da Hanso Foundation? Acabei sem tempo de fuçar lá um pouco. Minha última descoberta foi quanto ao relógio do site. Sempre que você passa por algum minuto que é um dos números malditos, o relógio vira um link escrito "Obey". Se ainda estiver longe, mude a hora do seu computador e engane o site.
Vale a pena! Vão lá e depois me contem.

11 maio 2006

[CINE] Árido gringo movie

A impressão que dá é que o cinema americano passa por um momento de redenção pelo tratamento historicamente preconceituoso que deu a negros, latinos, árabes e afins. Só pra citar os exemplos mais recentes temos Crash, de Paul Haggis, com sua trombada-catastrófica-multicultural-explícita. Temos O Plano Perfeito, de Spike Lee, com seus tapas-sociais-com-luvas-de-pelica. E agora chegou a vez de Três Enterros, de Tommy Lee Jones, esfregando dolorosamente a cara dos gringos norte-americanos numa terra árida sabor Tex-Mex.

É o primeiro filme dirigido por Tommy Lee, que, de cara, mostra sua capacidade em dirigir bem os atores, incluindo ele próprio. É certamente uma das melhores atuações de sua carreira.

Bom, melhor parar de falar por aqui sobre a história do filme. Este é um daqueles que quanto menos se sabe sobre a história, melhor ela fica. Ainda mais pra um enredo tão agridoce. Basta saber que Três Enterros (The Three Burials of Melquiades Estrada) se passa naquela tensa linha entre gringos e chicanos, na divisa entre EUA e México, mas o roteiro de Guillermo Arriaga (21 Gramas) não se limita a ser um drama padrão sobre racismo. Ele conta uma bela (e pesada) história sobre amizade, lealdade e busca por justiça.

Claro que a intenção de mostrar um EUA que reconhece seu preconceito e o valor dos vizinhos mais pobres beira o óbvio demais. Algumas cenas forçam a barra de maneira quase constrangedora. Mas ver, mesmo que metaforicamente, uma América do Norte de joelhos, chorando por clemência diante um México ignorado e maltratado, tem um gostinho que supera essas liberdades poéticas num roteiro pretensamente realista.

Não é mesmo à toa que Três Enterros tenha levado, além do prêmio de melhor ator para Tommy Lee Jones, o de melhor roteiro no Festival de Cannes.

10 maio 2006

[BLAH] Desvendando mistérios por aí

Um pouquinho mais de Lost. Ontem, navegando por sites acabei fazendo uma descoberta bem legal que rendeu até um textinho no site de TV da Globo.com. Pra ler na íntegra, clique AQUI. Pra ler um resumo, continue no próximo parágrafo:

No intervalo comercial de Lost nos EUA passou um comecial bizarro da Hanso Foundation que dava o endereço do site e o telefone da tal fundação. Ligando pra lá (1 877 426 7674) você ouve uma secretária eletrônica falando em dinamarquês, mas tem umas mensagens em inglês também, deixadas por um tal "serviço de voz da Verizon". Saca só o que ela fala: "não dêem ouvidos a suas mentiras! Aqui é Persephone, e eu não tenho muito tempo. Nenhum de nós tem. Eles estão vindo... No site, use o password "breaking strain"."

Entrei na hora e tentei me logar como "persephone". Usuário não encontrado. Fui até a página da newsletter e tentei me cadastrar como Persephone. Uma mensagem secreta apareceu perguntando se eu era mesmo a tal Persephone e que confirmasse com a senha. Digitei a senha "breaking strain". Nisso o site virou uma espécie de ligação entre meu PC com outro computador remoto (lembra do Michael teclando com filho no último episódio?). A mensagem dizia que eu estava logado e que voltasse de vez em quando pra novas mensagens. Nisso aparece um video de um orangotando gritando.

Procurei o tal orangotango pelo site. Na página dele você pode mandar recados. Mandei um "hello" e entrei numa área com uma mensagem secreta, ou melhor, uma carta da GWC - Global Welfare Consortium para um grupo de cientistas e com cópia pra diretoria da Hanso Foundation dizendo o seguinte: Eles estão cientes das atividades de estudos da Hanso Fountation em uma região da África e que em vilarejos da costa da Tanzânia recentemente surgiu uma nova doença devastadora. Eles então exigem que a Hanso pare as atividades de sua estação de estudos em Zanzibar, já que o surgimento dessa doença pode estar ligado aos estudos em símios feitos naquela região. (lembra do macaco no site? Lembra da tal doença que matou os franceses na ilha?)

A carta é assinada por monsieur Jacques Maillot, diretor geral da GWC. Medo.

09 maio 2006

[CINE] Este post se autodestruirá em 5 segundos...

Missão Impossível 3 me pegou de calças curtas. De cara o filme é mais bacana do que eu imaginava que fosse ser. Mas também, depois do espetáculo pirotécnico e pra lá do limite do inverossímil, (com direito a pombas em câmera lenta) de John Woo em Missão Impossível 2, eu realmente não esperava grande coisa desse novo episódio. Mas repito: o filme é bacana. Diversão garantida. A melhor em cartaz hoje.

Não chega a ser um primor do cinema de espionagem e ação, claro, mas J.J. Abrams (Felicity, Alias e Lost) fez o trabalho de casa bonitinho. Tudo bem que se você prestar atenção, é tudo um grande Ctrl-C/Ctrl-V de vários outros filmes e, principalmente séries de TV de sucesso (ó, por que será?).

Se o começo fosse em preto e branco e Tom Cruise estivesse de noiva, o filme seria Kill Bill. Se durante as cenas tensas aparecesse um reloginho na tela, seria 24 Horas (tem até uma imitação de CTU!). Em vários momentos, bastava um mega hair em Tom pro filme virar Alias. Era só a atriz Keri Russel chorar um litro a mais pra ser Felicity. E naquelas cenas video-clípticas-melosas não precisava de mais nada pra ser um dos finais fofinhos de Lost.

Mas como já repeti: o filme é bacana. Muito graças a Philip Capote Seymour Hoffman como o bandido-que-é-poderoso-e-mau-mau-mau-de-verdade. Ele sim teve sucesso em uma missão quase impossível: dar peso e qualidade a uma colcha de retalhos. Muito bem escolhidos e costurados, diga-se de passagem, mas ainda assim, uma colcha de retalhos.

08 maio 2006

[BLAH] O livro daquele filme daquele livro

A estréia do filme O Código da Vinci está cada vez mais próxima, mas o fenômeno que estou esperando pra ver se acontece (e torcendo pra não acontecer) não se passa nos cinemas, mas nas livrarias.

Você já reparou que tem rolado uma mania de relançarem livros que deram origem a filmes com a capa igualzinha ao cartaz do filme? Qual a idéia nisso tudo? Levar o cara que não lê a querer comprar "o livro daquele filme"? Na verdade a idéia deveria ser oposta, quando é o livro que saiu primeiro. E foi por causa dele, e do sucesso dele, que o filme existe. Se os livros de O Senhor dos Anéis não tivessem sido um fenômeno na literatura, muito provavelmente Peter Jackson e outros nerds do cinema nunca teriam se importado em traduzi-lo pra telona.

Acho realmente bacana que o lançamento de um filme leve a um aumento na leitura. Conheço gente lendo O Código a toque de caixa antes que o filme estréie. E já cansei de ver amigos lendo Harry Potter só depois de conhecer a versão em carne, osso e varinha (Aliás, os livros de Harry Potter até agora estão entre os poucos que não caíram nessa modinha).

Não entendo por que cargas d'água as editoras, que deveriam aproveitar o sucesso do filme pra mostrar como uma história legal pode existir antes de um roteiro, caem nesse papelão. Será que é pra ficar mais fácil de o consumidor reconhecer o livro? (Vários gerentes de marketing com certeza acreditam nisso). Sinceramente, vamos combinar que, se alguém entra numa livraria disposto a ler 300 páginas só de letrinhas pra saber uma história, essa pessoa deve ter neurônios suficientes pra entender que o livro chamado O Paciente Inglês deve ter algo a ver com o filme O Paciente Inglês. No máximo, basta uma passada de olho rápida na orelha do livro pra conferir se é mesmo o dito cujo. É a eterna mania de subestimar ao máximo a inteligência do consumidor.

Por isso não se espante se daqui a algumas semanas a capa de O Código da Vinci deixar de ter os olhos misteriosos da Monalisa pra ter os cabelos alisados com chapinha de Tom Hanks.

03 maio 2006

[CINE] A Lula, a baleia e um oceano de realidade

Existe uma galerinha de jovens autores norte-americanos que tem mostrado que a idéia de que "menos é mais" também vale para o cinema. Com uma notável capacidade de se contar uma história simples com grande originalidade e profundidade, autores como Wes Anderson, Sofia Copolla e Paul Thomas Anderson vêm criando uma espécie de cinema indie norte-americano.

Chegou a vez de Noah Baumbach se juntar definitivamente a essa lista. Na verdade ele já fazia parte, escrevendo roteiros como A Vida Marinha de Steve Zissou dirigido pelo amigo Wes Anderson. Além de roteirista, é também o diretor do sedutor, excêntrico e auto-biográfico A Lula e a Baleia (The Squid and the Whale - melhor roteiro e melhor direção no festival de Sundance).

Baseado em episódios de usa infância na Nova York dos anos 80, o filme de Baumbach mostra o desmoronamento de um casal de intelectuais e como isso afeta seus filhos. O pai (Jeff Daniels) é um escritor frustrado com excesso de auto-estima e que não tem a menor idéia do tamanho de sua insignificância. A mãe,(Laura Linney) visivelmente vinda da era Flower Power dos anos 70, sofre para se encaixar neste novo mundo. O filho mais velho (Jesse Eisenberg) vê nas letras de Pink Floyd todos aqueles sentimentos e dúvidas que não tem coragem de expor a ninguém. O filho mais novo (Owen Kline, excelente) descobre sua sexualidade enquanto tenta entender como uma família tão unida pode estar ao mesmo tempo tão a beira do abismo. A luta metafórica entre a tal lula e a baleia do título toma diversas proporções na história de cada personagem.

O importante aqui não é "o que" se conta, mas "como" se conta. Em todas as críticas que li até agora sobre A Lula e a Baleia, o que mais aparece são comparações com o trabalho de Wes Anderson (diretor de Os Excêntricos Tenembaum). Mas apesar de todas essas comparações, Noah Baumbach mostra um resultado original e extremamente forte. OK, dá pra se comparar com Wes Anderson, sim. É um filme bem ao estilo dos dele, só que pra uma galera mais crescidinha.