Lembro de, ainda criança, ter visto um filme da Pantera Cor-de-Rosa na TV (o de 1963). Fiquei empolgadíssimo! Afinal quem, em sã insanidade infantil, não amava aquele desenho? A abertura animada era genial, o que elevava ainda mais a expectativa. E, de repente, adeus panterinha cor-de-rosa e oi Peter Sellers.
Nem mesmo a trama engraçada sobre um atrapalhado inspetor Clouseau perseguindo um ladrão de jóias chamado “O Fantasma”, que por sua vez está de olho no maior diamante do mundo chamado “Pantera Cor-de-Rosa”, foi capaz de esconder a decepção. Naquela idade não dava pra se comparar as lisérgicas aventuras do desenho animado com as trapalhadas de um bigodudo de carne e osso. A partir de então, pra mim a pantera só valia se fosse aquela do rabo comprido.
Pode ser a minha idade, pode ser o timing da comédia, mas esse remake de “A Pantera Cor-de-Rosa” retalhado de alterações no roteiro desesperado pra ter mais apelo pop (vide a participação da morena do Tchan americana: Beyoncé Knowles), me parece bem menos passível de decepção do que o original.
Essa nova versão, dirigida por Shawn Levy e com Steve Martin (excelente e inspiradíssimo no papel do Inspetor Clouseau) tem ritmo e é deliciosamente descompromissada. Tá bem longe ser uma comédia memorável como “Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu” ou “Top Secret”, mas pode ver sem medo de ser feliz que a graça da pantera de rabo comprido ultrapassa a abertura animada e acompanha o filme de carne e osso até o fim.
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