21 junho 2006

[CINE] Ah, se a moda pega

Demorou pra esse filme dar as caras aqui no blog, mas quem não viu, ainda dá tempo de correr a um cinema mais próximo e se deliciar com O Corte, do diretor grego radicado na França Constantin Costa-Gravas.

O Corte (Le Couperet) mostra as várias facetas do problema causado por grandes demissões em massa (qualquer semelhança com o futuro de qualquer empresa de aviação nacional é mera coincidência). Bruno Davert (atuação excelente de José Garcia) é um engenheiro químico do ramo de celulose que perdeu o emprego após um grande corte de pessoal na empresa. Ele passa dois anos tentando arrumar outro emprego enquanto a família é sustentada por seu saldo recisório e os trabalhos nada lucrativos da esposa.

Se fosse você, o que faria pra aumentar as chances de ser contratado? Bem... Que tal matar os concorrentes mais fortes e depois eliminar o cara que está no cargo desejado, criando uma vaga que só você pode ocupar?

É assim Costa-Gravas monta um universo cativante em que a expressão "mercado de trabalho selvagem" tem um outro sentido. Pra nós aqui no Brasil a piada cai como uma luva. Imagino que o mesmo aconteça na França, onde o filme se passa e onde se concentra uma das maiores taxas de desemprego no continente.

Essa mistura de seriedade do desemprego com assassinatos praticamente cômicos resulta num humor negro irônico, ácido, sem escrúpulos e repleto de momentos geniais. Tudo bem que o filme poderia ter uns 20 minutos a menos. Algumas tramas paralelas como a terapia de casal de Bruno e sua mulher são bem chatinhas e só servem pra dar um tempo de correr ao banheiro e voltar sem perder nada de importante.

Mas isso não tira o mérito de O Corte ser, sem dúvida, um dos filmes mais divertidos do ano. E um dos mais inspiradores se você (ainda) é funcionário da Varig.

3 comentários:

contonocanto disse...

Às vezes eu ficava com vergonha de rir de um sujeito sendo assassinato. Outras vezes eu ria sem vergonha mesmo.

E o curioso é que quando falei para uma amiga que o Costa-Gavras fez um filme engraçado, ela não acreditou.

Bailandesa disse...

mmm Samuk espero poder ver por aqui! Quem sabe não me inspiro e, assim, consigo um empreguinho aqui :))

Dá uma passada no bailandesa.blogspot.com pra conferir o que tem rolado por aqui.

bjs

Anônimo disse...

Hummm... aho que quem escreveu erssa história se inspirou na equipe da Folha... :)))