
Nesta última noite, a câmera de Altman corre freneticamente entre bastidores e palco do programa de rádio. Repare nos camarins lotados de espelhos. É delicioso correr os olhos por todos aqueles reflexos e ângulos diferentes dos personagens, todos no mesmo quadro. E o mais impressionante é que a câmera simplesmente não aparece em nenhum, mesmo quando passa em frente a um espelho. É como se ela fosse um fantasma assistindo de perto a tudo o que acontece nessa última e melancólica apresentação do programa.
Se você espera um filme padrão, com começo, meio e fim e uma possível moral da história, esqueça. A Última Noite não é assim. São alguns recomeços, vários meios, um ou outro fim. Tudo costurado pra que você se encante com cada um dos personagens. Aqui, atores e atrizes como Meryl Streep, Virginia Madsen, Woody Harrelson, Lindsay Lohan, Kevin Kline e Tommy Lee Jones cantam e improvisam suas falas o tempo todo.
Você pode até não saber a razão de estar gostando, mas é difícil segurar alguns sorrisos, como se aquela dupla de vaqueiros contando piadas ou o dueto de irmãs cantoras (uma espécie de irmãs Galvão da gringolândia) fossem seus amigos de longa data. Pra quem já é fã de Altman (ou do Maneco), A Última Noite é um prato cheio e imperdível.
Um comentário:
Adoro Altman!
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