E essa é apenas UMA das completamente esquizofrênicas personagens de um filme que não é comédia, não é drama, não é denúncia social, não é um thriller policial, não é um videoclipe, não é uma novela mexicana e ainda assim tenta ser tudo isso ao mesmo tempo. Bem vindo ao universo de “Garotas do ABC” (que originalmente ia se chamar “Aurélia Scharzenêga”).O 13o filme de Carlos Reichenbach (“Extremos do Prazer”, “Filme Demência” e “Anjos do Arrabalde) é uma grande e engraçadíssima colcha de retalhos kitch. Entre brigas de gangues, garrafas de pinga e pratos de macarrão quebrados na cabeça, diálogos completamente nonsense e atuações que beiram aquelas reconstituições de cena de canal evangélico, eis que surge a figura de Selton Mello (platéia atônita). Ele mesmo, atuando e coproduzindo essa pérola!
Antes que eu me esqueça, um desafio: Duvido que alguém consiga ver a cena do monólogo da pedreira sem tirar os olhos e sem ter um ataque de labirintite ou ânsia de vômito em menos de 3 minutos.
É por essas e outras que “Garotas do ABC” já nasceu cult. Não dá pra ignorar uma obra dessas. Esse é pra juntar os amigos, fazer muita pipoca e morrer de rir. Mas cuidados com as cenas na pedreira!
2 comentários:
O Carlão é um diretor que se importa muito pouco (leia-se quase nada) com o formato. Vai juntando uma maçaroca de informações até não caber mais. As personagens são só cabos-eleitorais do seu pensamento quase enciclopédico sobre cinema e arte em geral.
O que isso quer dizer? Que o filme é HORRÍVEL.
Complementando o Ronaldo, o filme é a cara do Carlão, e funciona maravilhosamente bem como um comentário dele, e sobre ele.
Pra quem gosta de achar subtexto em filme, de M. o Vampiro de Dusseldorf (é assim?) ao sigma dos integralistas, tem de tudo um pouco.
Infelizmente, nada disso impede que o filme seja TOSCO.
Postar um comentário