O fato é que, até hoje, quando gostamos de um discurso, uma peça de teatro ou um show de música, naturalmente aplaudimos. As possibilidades do ato de bater palmas são quase infinitas, desde que, claro, exista alguém ali pra recebê-las, ou pra ficar sem graça com elas (E no caso das focas, desde que exista alguém com um balde cheinho de peixes por perto).O aplauso é tão antigo no mundo que tem inúmeras variações dependendo de cada cultura. Na maioria dos países ocidentais, por exemplo, quanto mais barulho gerado pelo apluso, melhor foi o espetáculo. Mas tanto no caso dos homens, quanto no das alegres foquinhas, existe um fator em comum: alguém está presente pra receber as palmas.
Agora imagine essa cena: Você está com alguns amigos no sofá da sua sala vendo TV. O filme acaba. Sem olhar um pro outro, vocês começam a aplaudir. Seu colega do lado levanta-se emocionado e os outros acompanham. Quando o momento emoção acaba, você desliga a TV e sai com a galera pra tomar uma cerveja. Meio surreal, certo?
Agora me explica porque cargas d'água algumas pessoas fazem exatamente isso no cinema. A diferença é que no lugar do sofá tem uma poltrona suja de pipoca e no lugar da TV tem uma tela do tamanho de uma parede. Detalhe: Não é de uma pré-estréia com a equipe do filme presente. É um filme (seja lá coreano, hindu, indiano ou qualquer coisa do tipo) feito sabe-se lá há quanto tempo e que só chegou aqui porque tinham que cobrir um buraco na programação de um festival de cinema. Pelo menos essa mania não se espalhou muito (ainda) fora do circuitinho hype dos festivais.Será que essa horda que acompanha os aplausos faz isso porque leu que no festival de Cannes tal diretor foi aplaudido de pé ou qualquer coisa que o valha? Porque é hype? Porque é cool quem aplaude em festival? É possível. Agora, será que se uma foca ver um balde de peixes no chão, sem ninguém pra jogá-los na sua boca, ela também ficaria batendo palminhas pro nada? Hmmm... será?




