Obrigado Por Fumar (Thank you for smoking) mostra como uma boa crítica social pode ser também engraçada. É como se Michael Moore (Farenheit 11/09 e Tiros em Columbine) aprendesse a contar piadas sem deixar de lado o ataque às grandes corporações e ao governo dos EUA.

Obrigado Por Fumar conta a história de Nick Naylor (Aaron Eckart), um lobista da indústria do tabaco que esbanja poder de persuasão. Seus melhores amigos são outros dois lobistas. Bobby Jay Bliss, que defende a indústria de armas de fogo e Polly Bailey, da indústria de bebidas. Juntos, eles são "Os Mercadores da Morte". Ah, detalhe... estes são os mocinhos da história.
E pra dar uma pitada forte de humor politicamente incorreto, Nick passa mais da metade do filme ao lado de seu filho de 12 anos, que aprende a amar a profissão do pai. Quando o filme tem tudo pra virar um melodrama-água-com-açucar ou está prontinho pra dar uma lição de moral chata, Obrigado Por Fumar mostra escancaradamente que existe muito mais entre o céu do politicamente correto e o inferno da verdade nua e crua. Pra você ter uma idéia de como o filme é bom, até a atuação da intragável Katie Holmes se transforma num raro prazer (com o perdão do trocadilho).
Vou parar por aqui porque qualquer detalhe além disso pode estragar sua experiência no cinema. Obrigado por Fumar é um filme que faz rir, mas também faz pensar. E isso sim é extremamente raro hoje em dia.