09 agosto 2006

[CINE] Se o 1 não era bom, o 2 já é demais

Podem falar o que for. Que a ação é espetacular, que os efeitos especiais são pra lá de primeira, que Johnny Depp dá um show interpretando Jack Sparrow, que este é o retorno dos filmes de pirata. Podem falar tudo isso. E tudo isso é a mais pura verdade. Mas mesmo assim Piratas do Caribe: O baú da morte está longe de ser o melhor filme pipoca que você já viu.

A impressão que se tem é a de que, ao filmarem duas seqüências ao mesmo tempo (sim, filmaram o 2 e o 3 juntos, aguarde), resolveram gastar nos efeitos especiais e na criação de monstros marinhos e seres fantásticos, todas aqueles milhões economizados. Dou o braço a torcer de que fizeram isso extremamente bem. Se você quiser ver uma lula gigante engolir navios váaaarias vezes, como se fosse algo real, não perca esse filme. Mas não espere muito além disso. Depois do primeiro impacto, a ação toda cansa. São muitos momentos de clímax pra um filme só. Depois de duas horas e meia no cinema, você só quer ver logo o final daquela balela toda. E o final não vem. Ou melhor, vem. Só em julho de 2007.

Pra um Senhor dos Anéis isso funciona. A trilogia tem um roteiro amarrado. É uma só história que precisa das outras partes (e dos efeitos especiais) pra ser contada. O que acontece em Piratas do Caribe é o contrário. Tem-se um grande portfólio de cenas de ação mirabolantes e de cair o queixo. E dá-se um jeito de enfiar uma história pra permear esse circo de computação gráfica todo. O resultado é a certeza de que um bom filme de piratas precisa de um final. A mitologia, apesar de boa, não é tão forte assim pra que as pessoas aguardem meses por um desfecho.

Olha só isso: O filme começa quando impedem o casamento de Will Turner (Orlando Bloom) e Elizabeth Swann (Keira Knightley, com uma interpretação de dar dó). Numa das desculpas mais esfarrapadas da história do cinema, os dois correm os sete mares atrás de Jack Sparrow. Só que o pirata só pensa em encontrar um tal baú da morte que guarda o coração (literalmente) do homem-monstro-marinho Davy Jones (Bill Night), que vaga pelos oceanos desde o dia em que trancou seu coração (é isso mesmo) neste baú. Tudo culpa de um amor mal resolvido (ninguém merece).

Bem... O filme acaba e o que sobra é a sensação de que um pirata roubou de você um tempo precioso e o dinheiro da entrada do cinema.

5 comentários:

Anônimo disse...

"Pirataria sim!". vou comprar o dvd pirata do filme na paulista pra assistir... e, veja só, o Johnny Depp está sendo considerado o melhor ator da atualidade! :)))

Bailandesa disse...

Vc descreveu exatamente o que imaginei... nem vou gastar meus eurinhos...

Texto muuuuuuuuuito bom amigo.
Bjs
Cla

Bituchi disse...

Olá, "xonei" no seu blog...adoro cinema e com pipoca :D, pena q vc não tem o banner pra eu colocar no meu blog no grupo de blogs bacanas....
Parabéns!

Anônimo disse...

Eu fico imagino o quanto deve ser boa a sua vida de crítico (nunca fez um filme, nunca atuou, etc)...ainda bem que tenho personalidade para decidir o que é bom ou ruim para mim..concordo em alguns pontos, mas acredito que o cinema é para isso mesmo:diversão..e Piratas está cheio..

Felipe™ disse...

Também fiz um post sobre o filme a as impressões são parecidas. Abraço.