22 janeiro 2007

[CINE] Variações de um mesmo tema

Atuações impecáveis, trilha sonora no ponto, fotografia de encher os olhos, direção inteligente e correta. Isso é o mínimo que se espera de um bom filme. E é o que Babel, terceiro filme da "trilogia" de Alejandro González Iñárritu, baseada na teoria do caos, apresenta.

Pra ser sincero, não entendo muito essa onda de trilogias de um mesmo tema. Trilogia de uma grande história contada em três partes, OK. Mas três variações de um mesmo tema cansam. E mesmo com tudo amarradinho e cenas realmente tensas que valem a pena serem vistas, Babel também cansa.

Há seis anos, Iñárritu alcançou seu cantinho no mundo do cinema com Amores brutos e sua série de eventos catastróficos com ligação improváveis, mas possíveis, bem amarrados pelo roteirista Guillermo Arriaga. A dobradinha Iñárritu-Arriaga se repetiu três anos depois com 21 gramas, só que com um elemento novo: a completa falta de ordem cronológica na montagem. Nada tão inovador, mas pelo menos mexeu um pouco com a estrutura. Mas agora, com Babel, o tal elemento novo já está mais que batido e datado.

O preconceito e o medo depois do 11 de setembro ou a completa falta de comunicação entre as pessoas em um mundo ultrateconógico e globalizado já são clichês não é de hoje. Babel junta isso tudo em um filme só que tecnicamente tem tudo de bom, mas que de novo não tem nada.

6 comentários:

B. disse...

ainda não vi, mas confesso que já cansei dessa narrativa fragmentada, típica dos filmes dele.

Comentário Solitário disse...

Narrativa fragmentada cansa quando é mal feita. Como ainda não vi o filme, não posso opinar.
Sobre as trilogias que não são continuações da mesma história, talvez isso seja apenas gênero dos diretores e roteiristas. "Dogville" e a trilogia das cores do Kieslowski estão aí para provar que filmes podem ser excelentes independentemente de contextos conceituais que só fazem diferença para seus autores.

Anônimo disse...

babel do b
sobre o acaso que tudo une:
1 - vim parar aqui no teu blog pesquisando, pelo coke ring, e me deparo contigo,
2 - falando da babel mexicana, que eu vi ontem. trilogia virou sinonimo de linguagem autoral ou, pra ser do contra, de punheta estilististica. bem batida, claro, que o cara é agressivinho-poético.
3 - o poético em questão escorrega e exagera, afastando os ceticos de plantao (como eu) de um fiapo de emoção que ousava aflorar. a ceninha do deserto, vestido vermelho, sandalias na areia, na boa, nao dá pra engulir.
4 - minha avó, 80 anos, me ligou domingo e disse: "não vai ver esse babel aí não, uma porcaria. meio histérico, a câmera treme o tempo todo (parece aquele canal de musica que passa na tevê). a gente sabe que ônibus no deserto balança, precisa ficar chacoalhando a câmera? se eu quisesse ficar enjoada ia ver cinema 360 graus. é uma bobagem, o cara acha que descobriu a polvora só porque conseguiu uma conexão entre três continentes".
3 - achei graça, mas fez sentido. fui ver o filme. gostei, mas não (me) emocionou. sim, a chinesa eh fantastica, o mexico deve ser aquilo mesmo. mas eu gostava mais quando ele ia mergulhando pra dentro, concentrado, como em amores brutos, e nao espalhando a merda aos 4 ventos, como nesse babel.
4 - samuca, bla bla bla 'a parte, era pra mandar um beijo, dizer q a babel é aqui: tive com tamba sabado, vi babel, coke e blog. tudo está intimamente conectado, ainda bem.

Paulo Fontana disse...

Agora que acabei de ver o Episódio III da trilogia do Inarritu, vou ver os outros. A variação do mesmo tema cansa, mas eu preferi muito mais ver Babel do que Uma Noite no Museu...

Paulo Fontana disse...

ps: quando vc vai comentar Rocky Balboa e À Procura da Felicidade?

Anônimo disse...

Hello dear!

Vim aqui ver o que vc tinha achado desse filme pra decidir se vou lá ver hoje ou não.

Van