15 janeiro 2007

[CINE] Um filme bem lapidado

O chato de um filme com pano de fundo sócio-político é que, ou ele descamba pra um falatório sem fim ou ele acaba virando maaais um filme de ação, perseguição, explosões e casal que se beija no final.

Diamante de sangue, pelo menos, consegue ser um pouco diferente. Não que ele não tenha diálogos engajados ou explosões (tem, e muito). O fato é que ele consegue reunir tudo isso sem ser um depositório de clichês. O filme conta a história do pescador Solomon Vandy (Djimon Hounsou), que tem sua vila devastada por rebeldes em Serra Leoa. Sua família consegue fugir mas ele é forçado a trabalhar em uma mina de extração de diamantes, onde encontra uma pedra de tamanho fenomenal, mas na verdade só quer a família de volta.

Em paralelo, conhecemos Danny Archer (Leonardo DiCaprio), um traficante de diamantes que fica sabendo da existência da tal pedra e precisa tê-la a qualquer custo se quiser continuar vivo.

O jogo de interesses se completa com a jornalista Maddy Bowen (Jennifer Connelly), que busca provas do contrabando de diamantes de conflito para os países ocidentais para conseguir finalizar sua matéria bombástica.

Cada personagem tem um um trunfo na manga pra conseguir aquilo que procura. E o diretor Edward Zwick (O último samurai) manda muito bem em manter tudo na base do toma-lá-dá-cá. Nada de traficante com pena do pobre coitado africano e se redimindo por causa de uma nova grande amizade. Nada de garota apaixonada que resolve arriscar sua vida pra ficar ao lado do mocinho-bandido.

Diamante de sangue só podia ter uns 30 minutos a menos. E não é difícil. Tirando sua duração desnecessariamente esticada, o filme equilibra muito bem os momentos de ação com o tema sócio-político. Tanto que as empresas do mercado de diamantes se adiantaram ao filme e começaram a exibir certificados de que suas pedras não são diamantes de conflito. É um bom exemplo de como um filme pode ser tão pipoca quanto engajado. Vale a pena.

2 comentários:

Davi G. Araújo disse...

Quase me convenceu! :P Mas tirando as atuações de Hounson e Di Caprio, e as minuciosas seqüências de destruição, não tem nada demais.

Jennifer Connely poderia ter sido melhor aproveitada!

Qntos aos clichês, rap enquanto os negões trucidam todo mundo, não é um dos grandes? Hehehe!

Anyway, também não é o pior filme do mundo, só promete e não cumpre!

Abraços!

Bailandesa disse...

Está em cartaz aqui. Acho que vou me arriscar...
beijinhos