11 julho 2006

[CINE] ))< >(( Forever

A artista plástica Miranda July é reconhecida por suas instalações e suas performances pelos museus de arte moderna nos EUA. E agora ela chega arrebentando com força a linha que separa o cinema independente e a video-arte com o seu primeiro trabalho como roteirista, diretora e protagonista de um longa: Eu, você e todos nós (Me and You and Everyone We Know).

Qualquer coisa que for dita sobre a história vai com certeza estragar uma ótima experiência na sala de cinema. É como se finalmente tudo o que você já viu e ouviu sobre arte moderna começasse a fazer sentido de um jeito quase didático. July joga as idéias na tela e cabe a você tirar suas próprias conclusões sobre o que viu. Eu, você e todos nós é sensível, poético, mexe com as suas percepções e, ao contrário do que você já pode estar pensando, não é nada chato. É o tipo de filme que, uma vez mergulhado em seu universo, você deseja que ele não acabe tão cedo.

A trama, aparentemente banal, segue a história de Chistine (a própria Miranda July), uma artista plástica que divide o tempo entre sua arte e seu trabalho como taxista de velhinhos. Ela conhece Richard (John Hawkes), um homem em processo de divórcio que divide com a ex-mulher a custódia de seus filhos, o adolescente Peter (Miles Thompson) e o garoto de seis anos Robby (Brandon Ratcliff, a melhor descoberta do ano). Temos também nesse emaranhado vários outros personagens que se cruzam. Até aí nada de mais, não fosse pelo fato de que July vira tudo de ponta-cabeça infantilizando os personagens adultos e fazendo com que as crianças se portem como adultos. Funciona e é real! Mas a beleza e a poesia do filme não se limita a isso. Bom, já falei demais.

Taí uma experiência que vale o ingresso. Se contar mais estraga, então veja e depois a gente conversa ;)

7 comentários:

Anônimo disse...

Arrasou na crítica Samuca! Adorei o filme!

Anônimo disse...

Eu achei o filme primo distante de "Felicidade". A diferença foi no tempero (acho que estou me repetindo nas metáforas). Se Sollontz é sempre ácido, Miranda July é dulcíssima.

Às vezes até demais.

Anônimo disse...

Pena que esse tip de filme não ganha sequência, né? E o tal do Robby é mesmo um fofo!!

Bailandesa disse...

Vou ver se jah esta em cartaz aqui! Ainda estou me habituando com os cinemas daqui... Pelo texto, parece ser maravilhoso :)

Anônimo disse...

A crítica tá ótima, Samuca. O filme é bom mesmo. Recomendável, claro. Aproveito então pra falar do cartaz que, assim como o filme, é despretensioso mas denota cuidado na forma. Tem espaços em claro, cria "tempos" pra vc poder analisar os detalhes, óbvios e subjetivos (tal qual no filme). Brinca com o reverso dos padrões, como nos alinhamentos aa direita, etc... E, como nao podeira deixar de mencionar, um Viva à Miranda July pela estampa da blusa, que casa aqui perfeitamente com o style já consagrado das listras em 45 graus.
Detalhes, amigos, detalhes.

Anônimo disse...

queiro ver! :)

Anônimo disse...

queiro ver! :)