Mel Gibson precisa levar uma coça por gerar tanta expectativa. Depois de mostrar com quantos baldes de sangue se faz uma Paixão de Cristo, Mel virou sua câmera nervosa para a América Central pré-colombiana e supostamente mostrar o fim de uma civilização.
Provavelmente o que mais chamou a atenção aqui (além das entrevistas polêmicas com o diretor) foi o fato de que os personagens de Apocalypto conversam 100% do filme em uma língua morta. Mas faltou Mel avisar que seu Apocalypto está muito mais pra um filme de perseguição do que pra uma história sobre a decadência de um povo (como o próprio nome nos leva a crer).
O estudo de um dialeto Maia e a reconstituição detalhada de uma época que faz até a mais chata das aulas de história ficar interessante bem que mereciam um roteiro mais bacana do que um simples pega-pega de mocinho e bandido. Como correria, o filme é sensacional, mas pára aí.
As duas únicas referências à tal queda dessa civilização chegam a ser tão constrangedoras quanto botar Mel Gibson pra rezar numa sinagoga. Olha só a seguinte frase que abre a película: "Uma grande civilização não se conquista por fora sem que antes se destrua por dentro". A citação de Will Durant, assim, no começo, logo é esquecida com o corre-corre sangrento. Mas tudo o que se vê no filme, por mais erros históricos que se possa ter, são os costumes de um povo. Não sua degradação moral.
Aliás, quem pode definir o certo e o errado nas atitudes de uma civilização a qual nunca pertenceu? Mel acha que pode. Tanto que pinta a chegada das caravelas de Hernández de Córdoba com um certo tom de alívio. Quem não dormiu nessa aula de história sabe que não foram bem os sacrifícios aos Deuses ou a correria frenética pela floresta que significaram o fim de uma grande civilização...
5 comentários:
Concordo com as críticas! Apesar disso, o esmero técnico utilizado nas filmagens acaba fazendo valer a pena!
Um pipocão! Nada mais, nada menos!
Abs!
O filme é de um maniqueísmo tão burro que nem como 'pipoca' funciona. Só irrita.
Ao fim do filme, pensei: para quê? para que ele fez esse filme? porque, se foi para mostrar a degradação de um povo, ele não conseguiu.
Mas, ao fim, também, achei divertidinho. inho.
Ufa! Que alívio ver que alguém mais - além de mim - achou este filme um banho de sangue sem nenhum conteúdo histórico. Pra falar a verdade, ainda acho que só sobrou o cinegrafista, depois de tantas e tantas mortes...
Posso reproduzir seu comentário em meu blog (citando a fonte, claro)
Um abraço
EU QUERIA MESMO ERA VER SANGUE(A HISTÓRIA NÃO É TÃO METICULOSA ...MAS ROLOU MUITO, O SUFICIENTE PARA ENCHER O RIO AMAZONAS)...AGORA NO MEU POUCO CINHECIMENTO SOBRE O ASSUNTO POSSO LHE GARANTIR QUE FOI UM BOM ENTRETENIMENTO...ALIMENTOU MEU SADISMO!
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