13 setembro 2006

[CINE] Esse indiano sabe nadar

Há quem diga que o roteirista e diretor indiano M. Night Shyamalan seja um grande farsante. Desde que estourou com o sucesso de O Sexto Sentido, ele vem criando uma série de filmes-não-conte-o-final que nunca conseguem superar sua obra-prima. Mas o engraçado é que, por mais que se fale mal de seus outros filmes, é quase impossível não correr pra conferir o mais recente nos cinemas.

Eis que estréia A Dama na Água. Já li e ouvi de tudo sobre o filme. Que é o pior de Shyamalan, que é o mais divertido, que é o mais diferente (este surpreendentemente não tem final surpreendente). É fato que o indiano sempre derrapa em algum momento da trama. Quer coisa mais desnecessária que aquele ET tosco aparecer no final de Sinais, por exemplo?

Mas também é fato que pouquíssimos diretores têm tamanha capacidade na construção de imagens. Os enquadramentos são milimetricamente calculados pra transmitir o clima certo de cada cena. Shyamalan consegue trazer para o mundo real, as balelas mais estapafúrdias que se possa imaginar. E tudo fica absolutamente crível.

Na trama de A Dama na Água, o zelador de um hotel, Cleveland Heep (Paul Giamatti), descobre uma mulher misteriosa na piscina do prédio (Bryce Dallas Howard), e acredita tratar-se de uma ninfa de contos de fadas tentando voltar pra casa. Pra isso, ela precisa da ajuda de vários moradores do prédio. Uma clara referência à necessidade da união entre os povos para um objetivo comum. O problema é que isso já virou clichê e beira o bobo. Sem contar que essa mania de mostrar bichos esquisitos nunca foi legal. Mas no caso de A Dama, a história é tão bem conduzida que, em certo momento, você se pega achando absolutamente normal uma criança lendo uma profecia em caixas de cereal.

Talvez o verdadeiro problema de M. Night Shyamalan seja ter conseguido não derrapar nada em O Sexto Sentido. Seus filmes mais recentes podem ter vários pequenos problemas, mas de farsante, esse indiano não tem nada. Só falta ter um pouquinho mais de coragem pra fugir da fórmula que o consagrou.

2 comentários:

Anônimo disse...

Gosto dos filmes desse diretor, mas tenho algumas considerações: a fórmula filme-não-conte-o-final de "Sexto sentido" (1999) já havia sido usada anteriormente (e brilhantemente!) pelo italiano Giuseppe Tornatore em "Una Pura formalità" (1994), inclusive com o tema central da morte, mas como "a América" não assiste filme europeu mesmo, ele foi considerado o gênio inventor do estilo. Ainda, comcordo que algumas de suas cenas cheguem a extrapolar o patético como a da mulher cortada ao meio na árvore em "Sinais", praticamente uma piada pronta a ser usada posteriormente em "Todo mundo em pânico"... Mesmo assim, quero muito ver esse filme.

Anônimo disse...

ainda naum tive coragem de ir ver este filme. mas qm sabe agora neh???
hehehe

qndo assistir t digo oq achei...
samuca, teu blog ta show...

abrass